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- O Padre Sebastião, nunca emitiu uma opinião sobre os factos que você observava?
- Ele me ouvia na confissão e ficava muito pensativo… Só pedia que eu orasse muito. Lembro-me de que, uma vez, debaixo da perseguição de um espírito sofredor, quando eu ia completar quinze anos, chorei muito na confissão, rogando a ele para livrar-me… Ele interrompeu as minhas palavras e mandou que eu esperasse. Quando terminou o trabalho em que estava, veio a mim e me disse que eu não devia chorar ou desesperar-me com as visões e vozes que me procuravam e acrescentou que, se elas viessem da parte de Deus, que Deus me abençoaria e me daria forças para fazer o que devia ser feito. Em seguida, caminhou comigo e, vendo que eu estava descalço, me perguntou se eu gostaria de ter um par de sapatos. Eu disse que sim e ele me levou a uma loja, a loja do senhor Armando Belisário Filho, em Pedro Leopoldo, e comprou um par de sapatos para mim. Conto isso porque notei que ele queria me ver alegre, esquecendo o estado de angústia em que me achava.
- Quando você, depois de conhecer a Doutrina Espírita, em 1927, ainda se avistou com ele? Teria havido uma despedida entre ambos?
- Sim, houve essa despedida. Logo após os meus primeiros contactos com o Espiritismo, voltei à igreja de Pedro Leopoldo, ainda uma vez, para dar-lhe notícias de minha nova situação. Só podia vê-lo, nesse dia, no confessionário. Para lá me dirigi. Ajoelhei-me, como sempre fazia, e contei-lhe tudo que se passara, a cura da minha irmã, minha emoção ao conhecer as ideias espíritas, os livros de Allan Kardec que eu estava lendo, as melhoras do meu estado intimo… Ele não me condenou, disse apenas que não lera até à ocasião qualquer obra do Espiritismo e por isso nada podia dizer… Disse-me que a Igreja não aprovava o Espiritismo e que eu era ainda muito jovem para assumir compromissos e tomar decisões. Eu respondi a ele que, apesar de respeitá-lo muito, ia estudar Espiritismo e dedicar-me à mediunidade. Ele permaneceu calado. Então, disse a ele que eu não queria separar-me dele, que fora sempre tão bondoso para comigo, deixando-o contrariado. Pedi a ele que me desse a mão, e ele me estendeu a mão direita. Depois de beijá-la, pedi que me abençoasse.
Ele, então, me disse:- Seja feliz, meu filho. Eu rogarei à nossa Mãe Santíssima para que o abençoe e proteja…
Levantei-me e saí, mas sabendo que havia tomado a decisão de praticar a mediunidade; quando cheguei à porta de saída, voltei-me para vê-lo, ainda uma vez, e notei que ele, mesmo de longe, me acompanhava com o olhar e me sorria.
Levantei-me e saí, mas sabendo que havia tomado a decisão de praticar a mediunidade; quando cheguei à porta de saída, voltei-me para vê-lo, ainda uma vez, e notei que ele, mesmo de longe, me acompanhava com o olhar e me sorria.
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